Mudança do hino de SC divide opiniões
Deputado quer um concurso público para a escolha de uma nova letra, porém há divergências sobre o tema na Alesc
• Atualizado

Não é a primeira vez que a Assembleia Legislativa debate a possibilidade de mudança do hino de Santa Catarina. Os versos, que são de 1829, foram criados por Horácio Nunes Pires e uma possível mudança na música, que é considerada um símbolo cultural catarinense, divide opiniões e enfrenta algumas resistências.
A proposta do deputado estadual Ivan Naatz (PL) propõe fazer um concurso público para a escolha de uma nova letra, porém há divergências sobre a matéria que tramitou esta semana na Comissão de Constituição e Justiça da Alesc.
A votação foi adiada após o parecer contrário do deputado Fabiano da Luz (PT) e pedido de vista de Mauro De Nadal (MDB). O relator é o deputado Marcius Machado (PL), favorável à medida.
A polêmica sobre a mudança traz discussões sobre a própria história da letra. A PEC apresentada por Naatz destaca que o hino não representa os valores contemporâneos da sociedade catarinense. Isso porque a letra foi composta para um concurso feito em 1890 para adoção de um novo hino nacional, logo após a Proclamação da República e acabou sendo adotada por Santa Catarina pelo então governador Hercílio Luz, em 1895.
O tema também foi assunto desta quinta-feira, 10, no SCC Meio Dia, com opiniões diferentes entre a colunista e o colega e âncora do jornal Fernando Machado. Assista:
Na Alesc tampouco há um consenso sobre a pauta:
“Por trás desta letra tem uma história, que naquele momento caía como uma luva para Santa Catarina. E hoje nós amos uma borracha naquela história, naquele momento, naquelas angústias e glórias vivenciadas pelo hino, simplesmente em um voto expressado por um parlamentar, quem sabe nós estaríamos ferindo toda uma história de Santa Catarina”, disse De Nadal ao pedir vista durante a votação na CCJ.
Para Fabiano da Luz, mudar o hino representaria um apagamento histórico-cultural, ainda segundo ele alterar o símbolo do estado seria inconstitucional.
“Se alterarem o hino, amanhã vão querer alterar a nossa bandeira. Depois de amanhã vão apagar a nossa história.”
A princípio há entendimentos jurídicos de que a mudança não feriria a Constituição que diz que tem que ter o hino, qual o hino ou porque será mudado caberia à legislação estadual.
O fato é que com mais de 130 anos de história, o hino catarinense ainda é pouco difundido e conhecido. Há necessidade sim de estimular o conhecimento sobre esse símbolo estadual, cuja execução em algumas situações é inclusive obrigatória, como por exemplo em eventos esportivos e culturais que menciona. Será que legislação vigente está sendo cumprida?
O tema deve voltar à pauta do parlamento estadual na próxima terça-feira, 15, durante a sessão da CCJ.
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