Bolsonaro quer governadores de direita contra a inelegibilidade
Apelo foi feito após as declarações do também ex-presidente Michel Temer (MDB)
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reforçou mais uma vez, nesta quarta-feira (14), a disposição de ir até o último momento para buscar a participação dele na eleição de 2026. O movimento agora é o de cobrar dos governadores de direita um posicionamento contra a sua inelegibilidade, onde o pedido de Bolsonaro é para que os aliados questionem publicamente os motivos das decisões tomadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conforme entrevista ao Portal UOL.
Bolsonaro ficou inelegível por oito anos, em junho de 2023, quando, por 5 votos a 2, os ministros do TSE o condenaram por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, o que lhe tirou os direitos políticos até 2030. O motivo: um ano antes, em 18 de julho de 2022, o então presidente da República reuniu embaixadores e a imprensa internacional no Palácio da Alvorada, residência oficial, e atacou as urnas eletrônicas, afirmando, sem provas, que elas não seriam seguras, o que motivou uma ação proposta pelo PDT.
“Não é estratégia política, vou até o último segundo. Michel Temer até entrou nessa questão… É direito do Michel Temer, ninguém que entrou na política esquece… Mas gostaria, não posso obrigar, que os governadores falassem: ‘Bolsonaro está inelegível por quê? Essas acusações valem?”, afirmou na entrevista. O ex-presidente tenta recorrer da decisão, mas, como responde a outros processos em torno de um suposto golpe de Estado, poderá ter a pena da inelegibilidade acrescida mais uma vez.
Declaração de Temer virou “provocação”
Sobre Temer, o que incomoda o ex-presidente filiado ao PL e aliados é o fato dele ter dito que falou com alguns governadores de direita e que eles estariam dispostos a bancarem a tal candidatura única para enfrentar a esquerda. Na entrevista de agora, Bolsonaro evitou citar nomes, mas os governadores que disputam o seu espólio eleitoral são Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Ronaldo Caiado (União), de Goiás; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Ratinho Jr (PSD), do Paraná.
“Costumo dizer, eleição sem meu nome na chapa é negação da democracia. Isso que Alexandre de Moraes faz lá fora é conhecido como law fare (quem usa ações legais para estrategicamente causar problemas ou ganhar vantagens sobre um oponente). Romênia, França, Estados Unidos… É para tirar de combate”, afirmou Bolsonaro.
O que é certo para o ex-presidente é que governadores como Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, estariam dispostos a seguirem a orientação de defendê-lo como candidato ao Planalto. De fato, Jorginho já fez isso inclusive em rede nacional, quando declarou que não há sentido em Bolsonaro estar inelegível e fora da disputa em 2026.
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