Disputa ao Senado ganha protagonismo nas articulações em SC
Escolha para as duas vagas virou mais do que carta na manga ou moeda de troca
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A foto que se espalhou pelo Estado para dizer que o presidente estadual do Republicanos, deputado Jorge Goetten, apoia a colega deputada Caroline de Toni (PL) ao Senado, está tão cheia de obviedades quanto permite pensar que foi um recado avançado sobre a composição da chapa majoritária à reeleição de Jorginho Mello (PL). O irmão do governador, Joca Mello, é o vice-presidente estadual do Republicanos.
Desde que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que será ele o responsável por fazer as escolhas de quem concorrerá ao Senado nos estados nos estados, o clima esquentou no partido comandado por Jorginho. A intenção do governador pré-candidato à reeleição a por utilizar as duas vagas na renovação da Câmara Alta, na eleição de 2026, para angariar mais apoios e robustecer a aliança, que não conseguiu construir há três anos.
Em regra, o outro pré-candidato João Rodrigues (PSD) também tem estratégia semelhante, com a particularidade de não precisar atender a Bolsonaro ou a qualquer cacique que seja, e deverá montar uma chapa com duas posições de partidos diferentes e que precisem estabelecer uma aliança mais robusta. Na lista podem estar PP, União, que viraram uma federação, ou ainda PSDB e Podemos, que anunciaram recentemente uma fusão.
Na prática, estes quatros partidos dividiram os apoios que eram dados como certos a Jorginho ou a João. É o caso do União Brasil, que declarou apoio ao prefeito de Chapecó desde o ato, em 22 de março ado, que lançou a pré-candidatura de João, mais o PP, que agora está dividido em Santa Catarina, enquanto o Podemos se inclinava por Jorginho em uma articulação da deputada Paulinha da Silva, presidente da sigla.
Nomes à direita e à esquerda estão na berlinda
A articulação de Jorginho para atrair João para uma das vagas ao Senado começou a fazer água quando Bolsonaro declarou ter assumido a missão de indicar os nomes do PL em todo o país. Em Santa Catarina o efeito foi diferente porque o ex-presidente deu Fs à estratégia: as deputadas Caroline de Toni e Júlia Zanatta. Aliás, Júlia é nome frequentemente usado em especulações, de que poderia ir para outra sigla de direita e ser candidata ao Senado na chapa de João, algo que faz certo sentido se olhado pela ótica dos pessedistas, sem que a deputada federal afaste uma reeleição mais tranquila à Câmara.
Em uma tacada só, Bolsonaro tirou uma vaga que era certa para Esperidião Amin (PP), que terá que optar por seguir em outro projeto, talvez o de João Rodrigues, ou mudar de casa, em uma candidatura à Câmara dos Deputados para assegurar horário de rádio e TV e fundos Partidário e Eleitoral, como quer o senador Ciro Nogueira, presidente nacional da agremiação. Mas isso tudo valia antes da federação com o União Brasil, que também sonha mais alto e possui um pré-candidato à Presidência, o governador Ronaldo Caiado, de Goiás, que não deve ser ignorado na corrida ao Planalto.
Na esquerda, a situação não é mais tranquila. Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concorrer à reeleição, embora com um enorme descrédito popular, o PT terá que decidir se o presidente estadual Décio Lima, hoje à frente do Sebrae e único a chegar a um segundo turno de eleição ao governo do Estado, mantém a pré-candidatura ou parte para uma eleição ao Senado.
Resta estabelecer ainda como ficará o PSOL nesta composição. O partido tem um discurso que tem caído no gosto do eleitor da esquerda, porém, quase sempre, acaba a reboque das decisões dos petistas, com raras exceções, como foi o apoio de Lula à candidatura do deputado federal Guilherme Boulos à prefeitura de São Paulo.
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