Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 40 anos de profissão, 18 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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DE OLHO EM 2026

Movimentos partidários geram federações, fusões e confusões

PSDB, Podemos, União Brasil e PP estão no centro da cobiça para alianças

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Líderes do União Brasil e do PP, durante o lançamento da federação, em Brasília. | Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados.
Líderes do União Brasil e do PP, durante o lançamento da federação, em Brasília. | Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados.

A anunciada criação da federação entre União Brasil e Progressistas (PP), mais a fusão entre PSDB e Podemos, são fatos suficientemente fortes para dar uma mexida significativa no cenário político catarinense. Embora não atrapalhem, em um primeiro momento, o protagonismo do governador Jorginho Mello (PL) à reeleição e a postulação do prefeito João Rodrigues (PSD), de Chapecó, mudam a perspectiva de estar tudo certo no caminho das alianças.

Jorginho conta com o PP, que deve ficará junto ao União pelos próximos quatro anos e se o parceiro obrigatório tiver candidato à Presidência, no caso o governador Ronaldo Caiado, de Goiás, ou fugir do apoio a alguma candidatura indicada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a certeza virará dúvida.

Movimentos partidários geram federações, fusões e confusões
Foto: Reprodução/PP.

Pesa ainda o momento turbulento vivido entre os pepistas catarinenses, divididos em segmentos, um deles encabeçado pelo deputado Altair Silva, com base na região do Grande Oeste, que apoia João.

Altair, com chancela dos colegas de plenário José Milton Scheffer e Pepê Collaço, ambos do Sul catarinense, quer antecipar a convenção para mudar o comando estadual, insatisfeito com os rumos inclusive do PP Jovem e a perpetuação de alguns líderes.

Tucanos e podemistas terão que definir rumo

No PSDB e Podemos a situação também é uma incógnita. Antes de divulgada a fusão, a deputada Paulinha da Silva, presidente estadual do Podemos, já sinalizava uma preferência de estar com Jorginho Mello, enquanto o deputado Marcos Vieira, que comanda o tucanato em Santa Catarina, itia até encabeçar uma chapa ao governo do Estado.

Ambas as siglas olhavam com temeridade para o futuro. O PSDB desidratou em Sant Catarina, caiu de 32 prefeitos eleitos, em 2020, para 13, em 2024. O Podemos elegeu três prefeitos, no ano ado.

Os primeiros descomos não se restringem aos projetos, que devem ficar mais claro no dia 5 de junho, data da consolidação. Tão logo anunciada a criação da nova sigla, ainda sem nome e que atende provisoriamente por PSDB Podemos, Paulinha já levantou a mão para dizer que continuará no comando estadual, pelas mãos da presidente nacional, a deputada federal Renata Abreu, de São Paulo. Vieira gravou um vídeo onde valorizava a nova legenda.

Assista ao vídeo:

São duas situações diferentes

A federação de União Brasil e PP não gera facilidades para quem quiser abandonar o barco, pois não permite a saída de vereadores, deputados estaduais e federais sem a carta de anuência ou uma justa causa. Bem diferente da fusão entre tucanos e “podemistas”, que permite a saída de quadros da sigla e o ingresso de novos filiados com mandatos legislativos.

Com o pano de fundo das eleições gerais do ano que vem e a forte presença bolsonarista em Santa Catarina, a possibilidade cairá como uma luva para descontentes pontuais entre integrantes das duas siglas e um bom argumento para quem quiser trocar de barco sem ar pela prancha estreita da cobrança de siglas e eleitores.

A federação que vem depois da fusão

Depois da fusão com o Podemos, o PSDB trabalha em outra frente: consolidar uma federação com o Cidadania e o Republicanos. O assunto promete repercussão.

Durante quatro anos, os tucanos e o Cidadania estiveram unidos, tanto que se deve a esta federação propiciou em Santa Catarina uma cadeira na Câmara dos Deputados. Eleita pelo Cidadania, a deputada federal Carmen Zanotto renunciou para assumir a prefeitura de Lages e Geovania de Sá ficou com o mandato na Casa, até 2026.

O tamanho das mudanças:

PSDB e Podemos

A fusão pode chegar a ter a sétima maior bancada da Câmara, com 28 deputados, uma deles a catarinense Geovania de Sá (PSDB).

No Senado, a fusão pode ser a quarta maior bancada da Casa, com 7 senadores

Na Assembleia, haverá cinco deputados: Paulinha da Silva, Camilo Martins, Lucas Neves, Vicente Caropreso e Marcos Vieira.

PSDB: Em 2024, elegeu 13 prefeitos 

Podemos: Fez 3 prefeitos, 14 vagas como vices e 89 vereadores

União Progressista

A federação em números terá a maior bancada da Câmara dos Deputados, 109 parlamentares

No Senado, serão 13 cadeiras

Em Santa Catarina, serão 6 deputados estaduais: Jair Miotto, Marcos da Rosa, Sérgio Guimarães, Altair Silva, José Milton Scheffer e Pepê Collaço

Na Câmara, um deputado federal: Fábio Schiochet

No Senado, Esperidião Amin

Ao todo, são 62 prefeitos, 72 vices e 604 vereadores

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