Deputada quer extinguir a bancada feminina da Alesc
A bancada promove ações permanentes com foco na representação feminina e pautas de enfrentamento, por exemplo, à violência contra as mulheres
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A deputada estadual Ana Campagnolo (PL), que é declaradamente antifeminista, está coletando s na Assembleia Legislativa de Santa Catarina a favor da extinção da bancada feminina do parlamento estadual, que atualmente conta com a participação das deputadas Paulinha (Podemos), Luciane Carminatti (PT) e Dirce Heiderscheidt (MDB).
De acordo com a deputada, que diz que não faz parte da bancada pois não se sente representada pelas propostas e ideias, sua iniciativa está amparada no artigo 20 do regimento interno da Casa Legislativa.
“Porque o artigo 20 do nosso Regimento Interno diz que uma bancada tem que ter, no mínimo, um oitavo, ou seja, cinco deputados. E elas não têm cinco, elas têm duas, agora têm três”, disse a parlamentar em pronunciamento no plenário da Alesc nesta semana.
A proposta vai contra diversos movimentos, inclusive globais, em busca da equidade de gênero. Uma bandeira que está entre as metas da Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo.
Em Santa Catarina, dos 40 deputados eleitos, três são mulheres e somente dois participam das ações da bancada feminina, uma vez que Campagnolo é contrária à medida. A bancada promove ações permanentes com foco na representação feminina e pautas de enfrentamento, por exemplo, da violência contra as mulheres.
Se buscamos ampliar os espaços da mulher na política, extinguir um ambiente de debate e representação é um retrocesso. O Observatório da Violência Contra à Mulher, por exemplo, que faz parte da estrutura da bancada é um canal de informação e controle dos números dessa violência em Santa Catarina.
A proposta de Campagnolo surge no momento em que a Alesc é palco de discussões por suposta violência política de gênero sofrida pela deputada Paulinha (Podemos) por parte do deputado Ivan Naatz (PL).
Campagnolo criticou Paulinha dizendo que a mesma se vitimiza com o caso e saiu em defesa de Naatz, na última terça-feira, quando anunciou a proposta de extinção da bancada.
“A Secretaria da Mulher, senhores deputados, tem um orçamento de 50 mil e seis cargos que as duas aqui dividem entre elas. Tem a Bancada da Mulher, o Observatório da Violência contra a Mulher e a Procuradoria da Mulher, cheia de prerrogativas, de privilégios. Se nós fizéssemos isso com os senhores, os senhores teriam que ter 74 órgãos ao seu serviço aqui dentro, se fosse proporcional”, defendeu Campagnolo.
ROUPAS – Campagnolo também é autora de um projeto que visa restringir em plenário o uso de roupas com transparentes, curtas, justas ou com decotes que exponham de forma indevida partes do corpo. Atualmente o regimento interno da Alesc não pontua como inadequadas essas vestimentas, referindo-se só à necessidade traje de eio completo.
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