Parte do MDB defende realinhamento ideológico
Lunelli e Pezenti querem liderar a criação de um movimento interno de direita, com um novo posicionamento ideológico do partido
• Atualizado

Os emedebistas Rafael Pezenti, deputado federal, e Antídio Lunelli, deputado estadual, defendem a necessidade de um realinhamento ideológico do MDB catarinense e pretendem liderar a criação de um movimento interno de direita.
A proposta, surgiu na última sexta-feira, 4, em encontro dos dois parlamentares em Jaraguá do Sul. A sugestão da dupla é aproximar o partido das bases e das pautas conservadoras que têm ganhado força junto à sociedade catarinense, reforçando temas como a liberdade econômica, valores familiares e combate ao aumento do tamanho do Estado.
O MDB que já foi protagonista em Santa Catarina com governos marcados pelo municipalismo, com os ex-governadores Paulo Afonso, Pedro Ivo e Casildo Maldaner; e pela política da descentralização istrativa com Luiz Henrique da Silveira e Eduardo Pinho Moreira, enfrenta uma crise de posicionamento, embora nacionalmente e também no estado defenda ser o ponto de equilíbrio com atuação de lideranças de centro-esquerda à centro-direita.
Desde que deixou o comando do governo do Estado, em 2018, em solo catarinense o MDB ou a atuar nos governos de Carlos Moisés (Republicanos) e de Jorginho Mello (PL), porém sempre dividido. O tamanho da sigla, que embora reduziu nos últimos anos, ainda garante ampla representatividade com 70 prefeitos, 59 vices e 741 vereadores. As diferenças e divergências internas sempre foram vistas com naturalidade pelos representes da sigla.
Segundo o presidente do partido em Santa Catarina, secretário de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR) Carlos Chiodini, o MDB representa o equilíbrio, o centro, a balança, onde cada membro pode ter aspirações e tendências tanto para um lado, quanto para outro.
“Somos um partido de propostas e de ação, que está preocupado com o crescimento sustentável do Brasil e de Santa Catarina. Respeitamos os companheiros que pensam diferente, mas entendo que a política não é tão simples assim e nem um produto enlatado que você simplesmente escolhe”, destaca.
Chiodini ainda aponta que o centro foi o grande vencedor nas últimas eleições em todo o país e que o partido segue forte, conquistando bons resultados. Com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 81 milhões de brasileiros são governador por prefeitos filiados a legendas de centro, atingindo 52% do eleitorado.
Enquanto no estado os emedebistas participam do governo de Jorginho Mello (PL), em nível nacional a sigla integra o governo do presidente Lula (PT). Um alinhamento ideológico de direita dentro de uma sigla que participa de cenários opostos nos diferentes níveis de gestão é um desafio que dificilmente será vencido.
Para Pezenti e Antídio, o MDB precisa estar conectado com o que pensam e defendem os catarinenses, e isso a por uma clara definição de posicionamento. Segundo os deputados, a iniciativa é um o na tentativa de renovar o partido e posicioná-lo de forma mais assertiva no cenário político estadual.
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