Livro resgata memória cultural do Morro do Mocotó em Florianópolis

Um livro que transforma silêncio em voz. É isso que propõe Histórias do Morro do Mocotó, da jornalista Juliana Naime Ferrari, que será lançado em 17 de maio, em Florianópolis. A obra mergulha nas memórias, lutas e afetos de uma das comunidades mais simbólicas do Centro da Capital catarinense.

Com uma narrativa que mistura reportagem e sensibilidade literária, Juliana apresenta histórias reais de moradores do Morro do Mocotó, trazendo à tona vivências que raramente ganham espaço na grande mídia.

Mais do que um retrato local, o livro se insere em um debate urgente sobre pertencimento, invisibilidade e resistência das periferias nas cidades brasileiras.

“Você também vai conhecer as histórias transformadoras de moradores que foram criados na comunidade”, conta Juliana.

Livro resgata memória cultural do Morro do Mocotó em Florianópolis

Voltado para leitores de não ficção, jornalismo literário e temáticas sociais, Histórias do Morro do Mocotó é um convite à reflexão sobre os territórios que seguem à margem das narrativas oficiais.

A autora propõe uma escuta atenta e afetiva, capaz de romper com estereótipos e dar dignidade narrativa a um espaço que, embora central na geografia da cidade, é constantemente apagado pelo avanço da especulação imobiliária e pela falta de políticas públicas de memória.

Dados da Fundação Tide Setubal (2023) mostram que apenas 3,5% dos territórios periféricos brasileiros são contemplados por políticas de preservação cultural.

Nesse cenário, o livro atua como um manifesto de resistência e reconhecimento. A Guardiã de Desterro vem preencher essa lacuna. Oferece não apenas visibilidade, mas também dignidade narrativa a um território frequentemente esquecido.

Formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Juliana Naime Ferrari transformou o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em uma obra madura, sensível e politicamente potente.

Com uma escrita engajada, ela reafirma o jornalismo como ferramenta de escuta, denúncia e transformação, e faz do livro um instrumento para lembrar que toda cidade também é feita das histórias que tentam calar.

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