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Itamaraty foi informado de possível invasão na Ucrânia, mostram telegramas

Documentos mostram que embaixada insistiu em aceno à Ucrânia às vésperas de viagem de Bolsonaro à Rússia

• Atualizado

SBT News

Por SBT News

Pastores suspeitos de influência no MEC foram 45 vezes ao Planalto | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Pastores suspeitos de influência no MEC foram 45 vezes ao Planalto | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Um telegrama enviado pela embaixada brasileira em Kiev revela que o Itamaraty estava informado sobre iminente invasão russa à Ucrânia desde 28 de dezembro de 2021, 45 dias antes de o presidente Jair Bolsonaro embarcar para Moscou. Por meio da Lei de o à Informação (LAI), o SBT News teve o a um lote de 60 páginas de documentos inéditos sobre a troca de informações entre diplomatas lotados na Ucrânia e o Ministério das Relações Exteriores, em Brasília.

“No campo político, as relações com a Rússia continuam a estar no centro da política externa ucraniana e das principais preocupações. A concentração de tropas russas na fronteira sudeste, na primavera, e mais recentemente no nordeste, tem mantido alto o temor de uma possível invasão do território ucraniano”, escreve o embaixador Norton de Andrade Mello Rapesta. Na sequência o diplomata relata as medidas sanitárias por causa da pandemia e outros aspectos burocráticos.

Telegrama recebido pelo Itamaraty em 28 de dezembro, 45 antes dias antes de Bolsonaro ir para a Rússia

No mês anterior, Norton relata ao Itamaraty encontro com o embaixador Ihor Prokopchuk, diretor do Departamento de Ampericas do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia. Em telegrama do dia 4 de novembro, o diplomata brasileiro escreve ao chefe direto no Brasil, o ministro de Relações Exteriores, Carlos França: “Ao tratarmos do planajemento do diálogo bilateral para os próximos meses, o diretor de Américas sublinhou o convite permanente para que o presidente Jair Bolsonaro e Vossa Excelência (o chanceler) visitem a Ucrânia tão logo seja oportuno”.

Apesar do convite formal enviado ao governo brasileiro, Bolsonaro visitou apenas a Rússia na viagem de fevereiro deste ano. No dia 16 daquele mês, ele se encontrou com o presidente Vladimir Putin e prestou “solidariedade” à Rússia. O brasileiro disse que os países tinham muito a coloborar nas áreas de petróleo, gás, agricultura e defesa. A declaração foi criticada pelo Departamento de Estado dos EUA, que considerou a frase de Bolsonaro como “infeliz”. Quatro dia antes, Norton organizou em Kiev um coquetel para 40 pessoas, incluindo a primeira vice-ministra de Relações Exteriores da Ucrânia, Emine Dzhaparova.

No discurso durante o evento, o embaixador brasileiro Norton disse: “Fico feliz em dizer que, seguindo caminhos próprios, Brasil e Ucrânia acabaram escolhendo os valores centrais que ainda hoje compartilhamos, como a importância do direito internacional e a proteção dos direitos humanos, a proibição do uso da força”. No dia 24 de fevereiro, apenas oito dias depois de Bolsonaro pisar na Rússia, Putin ordenou a invasão das tropas na Ucrânia.

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