Durante sessão na Câmara de BC, Jair Renan afirma que ditadura foi “a melhor época do Brasil” para os mais velhos

Durante uma sessão da Câmara Municipal de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, realizada na quarta-feira (14), o vereador Jair Renan Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, causou polêmica ao afirmar que a ditadura militar imposta entre 1964 e 1985 foi “a melhor época do Brasil” para “a maioria dos mais velhos”. A declaração foi feita durante a votação de um projeto que institui o Dia Municipal da Democracia.

A proposta, apresentada pelo vereador Eduardo Zanatta (PT-SC), visa homenagear o ex-prefeito da cidade Higino João Pio, assassinado em 1969 durante o regime militar. A data sugerida para a celebração é o dia 3 de março, em referência ao dia da morte do político. Renan Bolsonaro questionou a escolha da data: “É a primeira vez que vejo uma homenagem no dia da morte de uma pessoa. Geralmente, é no dia do aniversário, ou no dia que ela fez alguma coisa importante”, argumentou.

Em tom crítico à proposta de Zanatta, Jair Renan disse que tudo que venha do Partido dos Trabalhadores tem cunho ideológico e defendeu a narrativa de que o golpe militar de 1964 teria sido uma reação popular ao temor do comunismo. “Que golpe foi esse em 64? O povo saiu às ruas pedindo que os militares assumissem o poder com medo do comunismo entrar no Brasil. O Congresso votou e elegeu Castelo Branco, que golpe foi esse?”, discursou o vereador.

Zanatta respondeu afirmando que a história da cidade não pode ser reescrita “por quem não conhece a história da cidade e nega a história do próprio país”. O petista ainda recomendou que Renan assistisse ao filme Higino Pio: Verdade Revelada.

O vereador Marcos Kurtz (Podemos) também se pronunciou, reforçando que a discussão não é sobre o PT, mas sim sobre a importância de homenagear a democracia. “É isso que está sendo colocado aqui, instituir o dia da democracia para que a gente possa realmente enaltecer esse prefeito que foi eleito, não conseguiu exercer o seu mandato e foi morto durante o seu mandato”, afirmou.

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