Governador fala que Bolsonaro e seus eleitores devem ‘ir para a vala’
Após avalanche de críticas nas redes sociais, Jerônimo Rodrigues se desculpa e argumenta que fala foi 'descontextualizada'
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Uma declaração polêmica do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), causou forte repercussão na segunda-feira (5) após ele sugerir que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus eleitores fossem “levados para a vala” por uma retroescavadeira.
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A fala foi feita na última sexta-feira (2), durante a entrega de uma escola pública no município de América Dourada, e gerou críticas da oposição, protestos de aliados de Bolsonaro e até um pedido de impeachment.
O ex-presidente Jair Bolsonaro reagiu nas redes sociais e classificou o discurso como “carregado de ódio”. Segundo ele, a fala deveria ter provocado uma resposta imediata do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Não houve abertura de inquérito, nem busca e apreensão, tampouco convocação da Polícia Federal para apurar incitação à violência. Nenhuma nota de repúdio do STF, nenhuma indignação de ministros que se dizem interessados no assunto, nenhuma capa de jornal tratando o caso como ‘ameaça à democracia”, escreveu Bolsonaro.
A declaração de Jerônimo também foi alvo de repúdio de políticos de direita, como o deputado federal Nikolas Ferreira, o ex-candidato à presidência Padre Kelmon e o deputado estadual Leandro de Jesus, que apresentou um pedido de impeachment com base na Lei 1.079/1950, que trata dos crimes de responsabilidade.
O trecho da fala que gerou a controvérsia foi: “Ele vai pagar essa conta dele e quem votou nele podia pagar também a conta. Fazia no pacote. Bota uma ‘enchedeira’ […] e leva tudo para a vala”.
Diante da repercussão negativa, o governador afirmou que a fala foi descontextualizada e negou qualquer intenção de incitar a violência. Em entrevista nesta segunda (5), durante uma visita ao Teatro Castro Alves, em Salvador, ele disse que o termo foi inadequado e que se deixou levar pela emoção.
“Se o termo ‘vala’ e o termo tratou foi pejorativo, foi muito forte, eu peço desculpa. O termo não foi a intenção. Eu não tenho problema algum de poder registrar quando há excessos na palavra, movido por indignação. Não houve intenção nenhuma de desejar a morte de ninguém, nem de querer matar ninguém. Está longe da minha atitude, da minha e do meu grupo”, afirmou Jerônimo Rodrigues.
Aliados de Bolsonaro relembraram também episódios polêmicos envolvendo o próprio ex-presidente, como em 2018, quando, ainda candidato, Bolsonaro disse que iria “fuzilar a petralhada do Acre”, fala que virou alvo de ação no STF. Em outro momento, também durante a campanha, prometeu mandar a “petralhada” para a “ponta da praia”, expressão associada a execuções na ditadura militar.
*Com informações do SBT News.
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