Estudo aponta que Lages é a 2ª pior cidade para mulheres em Santa Catarina
Cerca de 85% dos 319 municípios brasileiros analisados estão performando de maneira “Muito baixa” para promover a igualdade de gênero para mulheres
• Atualizado

Um estudo recente da consultoria Tewá 225 analisou 319 cidades brasileiras para identificar os melhores e piores lugares para ser mulher. Utilizando indicadores do ODS 5 (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU para Igualdade de Gênero), o levantamento revelou dados preocupantes sobre municípios catarinenses, incluindo Lages, que se destaca negativamente no estado.
Metodologia do estudo
O levantamento diz respeito ao ano de 2024 e foi realizado por meio de dados do DSC-BR (Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades). O foco foi nos indicadores do 5º ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) da ONU, relacionados a:
- Taxa de feminicídio a cada 100 mil mulheres;
- Desigualdade salarial por sexo;
- Percentual de mulheres na Câmara de Vereadores;
- Taxa de mulheres jovens de 15 a 24 anos que não estudam e nem trabalham;
- Diferença percentual entre homens e mulheres que não estudam e nem trabalham.
Cada indicador foi pontuado de 0 a 100, considerando recortes como etnia, regionalidade, biomas e economia que impactam as oportunidades disponíveis para as mulheres.
O desempenho das cidades foi classificado da seguinte maneira: “muito baixo” de 0 e 39,99; “baixo” de 40 a 49,99; “médio” de 50 a 59,99; “alto” de 60 a 79,99; e “muito alto” de 80 a 100.
O Contexto Catarinense
Santa Catarina, apesar de possuir algumas cidades bem posicionadas no ranking de qualidade de vida para mulheres, como Brusque e Balneário Camboriú, também abriga municípios com baixas pontuações no índice ODS 5. Entre os fatores analisados, destacam-se a baixa representatividade feminina na política, a alta taxa de feminicídios e a desigualdade econômica entre homens e mulheres.
Os resultados evidenciam que o Sul do Brasil, ainda que tenha uma média de qualidade de vida superior ao restante do país, apresenta desafios estruturais significativos. Muitas cidades catarinenses, especialmente no interior, ainda enfrentam dificuldades relacionadas à segurança, o ao mercado de trabalho e participação feminina na política.
Ranking das Piores Cidades para Ser Mulher em Santa Catarina
Com base no estudo da consultoria Tewá 225, as cidades catarinenses com os piores índices para as mulheres são:
- Itajaí – Score: 29,98 (Muito Baixo)
- Lages – Score: 35,06 (Muito Baixo)
- Florianópolis – Score: 37,75 (Muito Baixo)
- ville – Score: 38,01 (Muito Baixo)
- Camboriú – Score: 39,01 (Muito Baixo)
O cenário de Lages
Entre os municípios analisados, Lages se destaca negativamente no ranking estadual. A cidade apresenta baixos índices de participação feminina em cargos políticos e altos níveis de violência contra a mulher. A taxa de feminicídios e agressões domésticas está acima da média nacional, evidenciando a necessidade urgente de políticas públicas voltadas à proteção e ao empoderamento feminino.
Outro fator preocupante é a alta taxa de mulheres jovens (15 a 24 anos) que Não Estudam Nem Trabalham (NENT). De acordo com o estudo, a sobrecarga do trabalho doméstico e a falta de oportunidades de qualificação profissional dificultam a inserção dessas mulheres no mercado de trabalho, perpetuando um ciclo de dependência financeira e vulnerabilidade social.
Sobre a consultoria
A Tewá 225 é uma consultoria B2B que traz soluções para os desafios socioambientais das empresas, organizações e governos. Desde 2013, emprega uma metodologia própria de escuta e participação social na construção de estudos e soluções com viés de gênero, escuta territorial e gestão do conhecimento.
Matéria em colaboração com Handerson Souza
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