Greve em Lages: servidores municipais param por salários e benefícios
A paralisação terá impacto em diversos setores da istração municipal
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O Sindicato dos Servidores do Município de Lages (SINDSERV) decretou greve dos servidores públicos municipais a partir desta terça-feira (8). A decisão, que marca a transição do estado de greve para a paralisação efetiva, foi anunciada em ato realizado na manhã de hoje na Praça João Costa, no centro da cidade.
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O presidente do SINDSERV, Agenor Chaves, explicou as motivações da mobilização. Segundo ele, a greve é resultado da falta de avanço nas negociações com o Executivo municipal em relação às reivindicações da categoria.
“É uma reivindicação justa para os servidores. Estamos aguardando os servidores aqui, eles pediram para fazer hoje o movimento, e estamos em greve”, afirmou Chaves, enquanto um número crescente de servidores se concentra na praça.
A paralisação, segundo o presidente do sindicato, terá impacto em diversos setores da istração municipal. “Impacta em todos os setores, porque os nossos servidores são do quadro geral, então eles trabalham em vários setores da prefeitura, em tudo, desde saúde, educação, obras, meio ambiente, assistência social, habitação, todos, vai impactar sim, com certeza”, alertou.
Chaves ressalta que o sindicato sempre se manteve aberto ao diálogo e espera que a prefeitura apresente uma resposta e convoque a categoria para uma negociação que considere as demandas dos servidores.
As principais reivindicações do SINDSERV incluem a unificação do vale-refeição, um reajuste salarial de 12%, a correção do índice da tabela salarial e a implementação de um piso mínimo municipal de R$ 1.730.
De acordo com Chaves, as negociações com a prefeitura estão paradas desde a última assembleia da categoria, quando a contraproposta do Executivo foi rejeitada. “No dia seguinte, notificamos a prefeitura que os servidores não aceitaram a contraproposta e desde então não chamaram mais a gente. Tentamos várias vezes conversar com eles, eles não quiseram”, lamentou.
Com a greve deflagrada, os servidores públicos municipais que aderirem à paralisação já cruzaram os braços. Apesar da chuva que atingiu a cidade nesta manhã, a expectativa do sindicato é de que um grande número de trabalhadores participe do movimento.
Questionado sobre a possibilidade de a prefeitura procurar o sindicato para negociação ainda hoje, Chaves expressou o desejo de que isso aconteça. “Era o que a gente mais queria, era isso, conversa, o sindicato sempre quis conversa, sempre o diálogo é a melhor coisa que existe, mas a gente não teve essa resposta ainda”, concluiu.
O SINDSERV representa cerca de 3 mil servidores do município de Lages, e a adesão à greve promete gerar impactos significativos nos serviços públicos da cidade. A população aguarda os desdobramentos da paralisação e a possível retomada das negociações entre o sindicato e a istração municipal.
O que diz a Prefeitura de Lages sobre a greve
Em entrevista à Rádio Clube de Lages, o chefe de gabinete do Executivo, Samuel Ramos ressalta o respeito da istração à manifestação dos servidores, considerando-a um direito legítimo, assim como a busca do sindicato pelos direitos dos trabalhadores. Contudo, ele ponderou sobre a possibilidade de nem todas as informações terem sido readas integralmente aos servidores.
O chefe de gabinete destacou que um reajuste salarial já havia sido aprovado, atendendo a um pedido anterior do próprio sindicato. Além disso, anunciou que a primeira reunião da comissão para discutir e estudar a viabilidade do piso mínimo para os servidores, outra reivindicação da categoria, está agendada para esta quarta-feira (9). Ramos enfatizou que esta é a primeira vez que a prefeitura municipal, sob a gestão da prefeita Carmen Zanotto, se mostra aberta a debater essa questão.
“A gente quer deixar bem claro que neste ano foi dado o aumento real, que o último aumento real tinha sido dado em 2020, no quinto ano do governo anterior, e a gente tem feito aquilo que é possível mediante todas as dívidas e as situações financeiras que o município tem hoje”, explica Ramos. Ele reiterou o respeito da prefeitura pela manifestação e o compromisso de buscar atender às demandas dos servidores dentro das possibilidades financeiras do município.
Sobre a reunião desta quarta-feira, Ramos esclareceu que ela dará início à discussão sobre a possibilidade de implementar o piso mínimo regional de R$ 1.730 para os servidores municipais.
Matéria em colaboração com o repórter Evandro Gioppo
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