Justiça determina hospital de Lages a fornecer documentos sobre morte de paciente
A decisão judicial é um o importante para esclarecer as circunstâncias da morte de Bruno
• Atualizado

A Justiça de Lages deferiu o pedido da família de Bruno Orso Rocha, de 24 anos, e determinou que o Hospital Tereza Ramos apresente todos os documentos relacionados à internação e cirurgia do jovem, que morreu no dia 8 de março.
A decisão, em caráter liminar, atende ao pedido de produção antecipada de provas, e exige que o hospital forneça prontuários, exames, laudos, vídeos de câmeras de segurança e demais registros referentes ao período em que Bruno esteve internado na emergência.
A família de Bruno acusa o hospital de negligência no atendimento, alegando que o jovem faleceu oito horas após dar entrada na emergência com febre alta, fortes dores de cabeça e rigidez no pescoço.
O advogado da família, Diego Rossi, explicou que a decisão judicial é um o importante para esclarecer as circunstâncias da morte de Bruno. “A determinação judicial obriga o hospital a fornecer toda a documentação necessária para entender o que aconteceu durante o tratamento do Bruno. Agora, aguardamos que o hospital cumpra a decisão e apresente os documentos”, afirmou o advogado.
A Secretaria de Estado da Saúde, responsável pela istração do Hospital Tereza Ramos, informou que a direção do hospital ainda não foi notificada oficialmente sobre a decisão judicial. No entanto, a determinação da Justiça exige que o hospital forneça os documentos solicitados, sob pena de outras medidas judiciais.
A família de Bruno Orso Rocha busca, com essa ação, obter respostas sobre a morte do jovem e, se comprovada a negligência, responsabilizar o hospital. O caso segue em investigação e a expectativa é que a análise dos documentos fornecidos pelo hospital contribua para o esclarecimento dos fatos.
***Matéria em colaboração com a repórter Schaina Marcon
Relembre o caso
Família denuncia negligência em hospital de Lages após morte de jovem
A família de Bruno Orso Rocha, de 24 anos conversou com a reportagem da Rádio Clube de Lages e denunciou uma possível negligência no Hospital e Maternidade Tereza Ramos. Bruno morreu oito horas depois de dar entrada na emergência do hospital com febre alta, fortes dores de cabeça e rigidez no pescoço.
A esposa de Bruno, Natacha Nery Oliveira, relata que no dia 08 de março, Bruno apresentou febre alta, confusão mental, dor de cabeça, surdez e dor no pescoço. Ele foi levado imediatamente para a emergência do hospital Tereza Ramos, e Natacha conta que o atendimento inicial foi lento e que os médicos não deram a devida atenção aos sintomas graves apresentados. Natacha conta que Bruno havia se submetido a uma esplenectomia (retirada do baço) 28 dias antes no hospital Tereza Ramos, e que por isso ele foi levado para atendimento na emergência do mesmo hospital.
Bruno, já debilitado e com fortes dores, ou pela triagem em uma cadeira de rodas, sendo encaminhado para a sala laranja por volta das 6h. No entanto, segundo Natacha, a coleta de exames demorou a ser realizada. A esposa, preocupada com a demora e a piora do estado de saúde do marido, precisou intervir e entrou em contato com uma conhecida do laboratório para agilizar o procedimento.
“Eram 7h30 e ainda não tinham coletado os exames. Eu implorei para eles, mas não tive retorno. Precisou que eu acionasse uma pessoa conhecida para que alguém do laboratório viesse coletar o material”, relata Natacha.
Segundo ela, mesmo com os resultados dos exames em mãos, os profissionais de saúde alegavam que os resultados ainda não estavam no sistema. Desesperada, ela buscou os exames impressos para que o médico pudesse analisá-los o mais rápido possível.
“O médico olhou os exames e disse que não havia alterações específicas. Mas a febre não cedia, os sintomas só pioravam, e eu via o Bruno sofrendo”, conta Natacha.
A esposa relata ter suspeitado de meningite, uma vez que pessoas submetidas à esplenectomia (retirada do baço) ficam mais suscetíveis a infecções. No entanto, o médico que fez o primeiro atendimento não considerou a hipótese, alegando que não havia indícios para realizar o exame específico.
A angústia de Natacha aumentou com a troca de plantão médico. O novo médico, ao examinar Bruno e realizar os testes dos sinais meníngeos, constatou rigidez no pescoço e finalmente solicitou a punção lombar para o exame do líquor que pode detectar a meningite.
“Eram 7h30 e ainda não tinham coletado os exames. Eu implorei para eles, mas não tive retorno. Precisou que eu acionasse uma pessoa conhecida para que alguém do laboratório viesse coletar o material”, relata Natacha.
Segundo ela, mesmo com os resultados dos exames em mãos, os profissionais de saúde alegavam que os resultados ainda não estavam no sistema. Desesperada, ela buscou os exames impressos para que o médico pudesse analisá-los o mais rápido possível.
“O médico olhou os exames e disse que não havia alterações específicas. Mas a febre não cedia, os sintomas só pioravam, e eu via o Bruno sofrendo”, conta Natacha.
A esposa relata ter suspeitado de meningite, uma vez que pessoas submetidas à esplenectomia (retirada do baço) ficam mais suscetíveis a infecções. No entanto, o médico que fez o primeiro atendimento não considerou a hipótese, alegando que não havia indícios para realizar o exame específico.
A angústia de Natacha aumentou com a troca de plantão médico. O novo médico, ao examinar Bruno e realizar os testes dos sinais meníngeos, constatou rigidez no pescoço e finalmente solicitou a punção lombar para o exame do líquor que pode detectar a meningite.
“O médico nos disse na porta que não poderíamos mais acompanhar e que tinha confirmado o diagnóstico de meningite bacteriana. Só então, naquele momento, ele solicitou um leito de UTI”, conta Natacha.
O plantão médico trocou, e o médico que acompanhava o caso de Bruno optou por não continuar com o atendimento. Por volta das 14h, Bruno, já em estado crítico, foi transferido para a responsabilidade de outra médica. No entanto, segundo a esposa de Bruno, a demora no atendimento e a progressão dos sintomas tornaram a situação irreversível.
“A médica tentou salvá-lo, mas foi impossível. A demora no atendimento, cada hora perdida, foi crucial. Não deu tempo de entubá-lo e nem de levá-lo para a UTI. Ele faleceu às 15h15, ainda na emergência”, lamenta Natacha.

Ela conta que a médica que prestou o último atendimento foi quem contou à família sobre a morte de Bruno e disse que ele teve uma hemorragia e entrou em parada cardíaca. A médica contou também que pediu um serviço de verificação de óbito para investigar a causa da morte, mas o hospital negou o pedido alegando que o paciente já tinha histórico de doenças. No prontuário consta como causa da morte de Bruno hemorragia intestinal e anemia hemolítica auto-imune. Mas a esposa diz que ele não estava com anemia, pois com a retirada do baço o quadro estava normalizado e os exames feitos naquele dia na emergência não apresentaram anemia.
A família agora busca explicações e responsabilização, e espera que o caso sirva de alerta para evitar que outras pessoas em pela mesma situação. Natacha procurou a direção do hospital Tereza Ramos e conversou com a assessora da direção. O hospital disponibilizou o prontuário do atendimento de Bruno na emergência e os advogados da família vão tomar as medidas jurídicas cabíveis para a devida apuração dos fatos.
A reportagem da Rádio Clube de Lages e portal SCC 10 entrou em contato com a direção do Hospital e Maternidade Tereza Ramos. Em nota, a secretaria de estado da saúde de SC através da assessoria de comunicação disse que “A direção do Hospital e Maternidade Tereza Ramos, esclarece que está apurando os fatos e tomando todas as medidas istrativas sobre o ocorrido.”
Assista a entrevista
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