‘Café fake’ é encontrado em mercado no Norte de SC e Procon faz alerta
Uma verificação revelou que o item era uma mistura
• Atualizado

Um mercado de Guaramirim, no Norte catarinense, foi alvo de uma fiscalização após o Procon receber uma denúncia de um produto identificado como café. No entanto, uma verificação revelou que o item, que estava sendo comercializado entre os cafés tradicionais nas gôndolas, não era café puro, mas uma mistura.
Diante disso, o diretor do Procon, Adriano Machado, visitou o estabelecimento e, juntamente com o responsável, tomou as providências necessárias. O produto foi realocado nas prateleiras e uma placa foi fixada, informando aos clientes que se tratava de “pó para bebida sabor café”.
Além disso, o preço do produto foi ajustado, com redução do valor.
Orientações
O diretor do Procon, Adriano Machado, ainda orienta os consumidores a denunciarem produtos com informações enganosas pelo telefone (47) 3373-0690.
“Vamos fazer visitas a outros estabelecimentos da cidade para verificar se há mais situações semelhantes e assegurar que todos os produtos comercializados estejam em conformidade com a legislação vigente”, pontua Machado.
Leia também:
Café Fake: produtos sem grãos levam Abic a emitir alerta

Produtos comercializados como “sabor café” têm gerado preocupação tanto entre os consumidores quanto na Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). A associação notificou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura sobre a venda dessas bebidas. O argumento é que os produtos podem confundir os consumidores, de maneira similar à mistura láctea, que tenta imitar o leite. Por isso o termo ‘café fake’.
Nas prateleiras dos supermercados, esses chamados “cafés fake” possuem embalagens que lembram as dos cafés tradicionais, mas com preços bem mais baixos. O valor de cerca de R$ 32 por quilo é metade do preço do café verdadeiro, que sofreu um aumento de quase 50% no último ano.
Se o consumidor não prestar atenção ao comprar, pode acabar levando para casa um produto feito apenas com folhas e cascas de café e de outras árvores, sem grãos de café em sua composição. Bruno Camargo, gestor comercial de uma das fabricantes, afirma que esse produto é voltado para a população brasileira, especialmente para quem tem um orçamento mais apertado e quer continuar consumindo o “famoso café com leite”.
Por outro lado, a ABIC não apoia a comercialização desses produtos. Pavel Cardoso, presidente da associação, destaca que essas bebidas podem enganar o consumidor, principalmente após o recente aumento no preço do café devido a crises climáticas e à alta demanda global. Ele também alerta que não há qualquer certificação de que esses produtos realmente contenham café.
O café brasileiro é amplamente reconhecido e segue regras rigorosas de classificação, que consideram aspectos como o sabor, a doçura, a acidez e os defeitos dos grãos. Luiz Bovi, produtor de café, explica que, durante a classificação, são retirados os grãos defeituosos, como o grão verde e o grão preto, que afetam negativamente o sabor do café.
Apesar das críticas, o fabricante da bebida “sabor café” afirma que o produto está dentro da legalidade. Bruno Camargo defende que o produto foi desenvolvido com a devida autorização da Anvisa.
Para quem prefere o café tradicional, a recomendação é ficar atento à embalagem e verificar os ingredientes antes de comprar, garantindo que o produto realmente contenha café.
>> Para mais notícias, siga o SCC10 no BlueSky, Instagram, Threads, Twitter e Facebook.
Quer receber notícias no seu whatsapp?
EU QUERO