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Desaparecimento de Bianca: polícia aponta que pai planejou fuga com filha de 8 anos por meses

Anderson se desfez de bens, sacou R$ 60 mil e pode estar recebendo ajuda para se esconder com a filha

• Atualizado

Olga Helena de Paula

Por Olga Helena de Paula

Foto: Reprodução/Redes Sociais.
Foto: Reprodução/Redes Sociais.

A Polícia Civil revelou nesta terça-feira (18) que Anderson, pai da menina Bianca, de 8 anos, planejou a fuga com a filha por pelo menos três meses. Segundo as investigações, ele temia perder a guarda da criança e alegava que ela teria sido vítima de abuso pelo avô materno, caso que segundo o delegado responsável pelo caso, foi apurado pela Delegacia de Polícia de Proteção à Mulher, à Criança e ao Adolescente (DPCAMI) e segue com o Poder Judiciário. Testemunhas relataram que ele ameaçava desaparecer com a filha ou matar o avô da menina.

Desaparecimento de Bianca: polícia diz que pai planejou fuga por meses

Para viabilizar o plano, Anderson vendeu bens de alto valor, como carro e instrumentos musicais, além de sacar R$ 60 mil de suas contas bancárias. No dia do desaparecimento, ele foi deixado na região do Morro do Baú, em Ilhota, no Vale do Itajaí, carregando malas e instrumentos, dizendo que seguiria para Blumenau e depois para Piratuba com colegas de trabalho — versão negada por essas pessoas.

A Polícia Civil também aponta que Anderson usava a alienação parental para manipular a filha, o que contribuiu para a perda da guarda dela. Diante das evidências, a Justiça decretou sua prisão temporária pelos crimes de sequestro, cárcere privado e desobediência, com validade de 30 dias.

Os investigadores suspeitam que ele esteja recebendo ajuda para se esconder, possivelmente fora do estado ou até mesmo do país.

Entrevista com o delegado responsável pelo caso:

Em entrevista ao SCC SBT/SCC10, o delegado responsável pelo caso, Bruno Fernando, da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital (DPCAMI), revelou que Anderson já planejava o crime desde dezembro do ano ado. Segundo as investigações, ele manifestou a intenção de desaparecer com a filha, supostamente motivado por uma denúncia de abuso contra o avô materno da menina.

“Nós ouvimos familiares, amigos e testemunhas e descobrimos que, para praticar esse crime, ele começou a se desfazer de bens valiosos, como o carro, que vendeu no dia 31 de fevereiro. Ele também viajou a São Paulo para vender um baixo e insistiu que o pagamento fosse feito em dinheiro, mas o comprador recusou, temendo os riscos da transação. Além disso, utilizando uma pessoa jurídica que possuía, ele realizou empréstimos no valor de R$ 30 mil. No total, Anderson conseguiu R$ 60 mil, quantia que sacou posteriormente”, detalhou o delegado.

As buscas por Anderson e Bianca se tornaram mais difíceis porque o suspeito levou consigo uma grande quantidade de roupas para ele e a filha, além do dinheiro em espécie. Ele também se desfez do próprio carro e do celular, dificultando o rastreamento. Outra complicação no caso foi o tempo decorrido entre o desaparecimento e a denúncia. A mãe de Bianca só procurou a polícia no dia 6 de março, quando descobriu que Anderson não havia levado a menina à escola conforme o combinado.

“Ele teve muito tempo até darem falta deles. Acreditamos que alguém está auxiliando na fuga, pois não há qualquer notícia sobre o paradeiro dele. Ressaltamos que qualquer pessoa que estiver prestando auxílio a ele, seja com alimentos, roupas ou carona, poderá responder pelos mesmos crimes”, alertou o delegado.

O caso foi comunicado à Delegacia de Desaparecidos de Santa Catarina, que está reando as informações para outros estados.

Sobre a acusação de abuso sexual contra o avô materno, o delegado esclareceu que o caso faz parte de outra investigação. Ele afirmou que ouviu a mãe de Bianca, que relatou que a denúncia só foi feita por Anderson após ele perder a guarda da filha. Inicialmente, quando o casal se separou, a guarda ficou com Anderson, mas ele começou a praticar alienação parental, o que levou o juiz da Vara da Família a conceder a guarda à mãe. Segundo ela, Anderson só fez a denúncia contra o avô materno depois dessa decisão judicial.

Quanto à última vez em que Anderson e Bianca foram vistos, o delegado informou que os dois saíram de Uber da casa da mãe do suspeito, onde ele morava, e seguiram para um parque localizado no Morro do Baú, em Ilhota. O motorista que os levou afirmou, em depoimento, que se ofereceu para esperar até que um amigo de Anderson chegasse para buscá-los, mas ele recusou a oferta.

Qualquer pessoa que colaborar com a fuga poderá responder criminalmente. Informações sobre o paradeiro de Anderson e Bianca podem ser readas anonimamente pelo disque denúncia 181.

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